Salvador, Bahia, abril de 2009
Estava mais uma vez por aqui em Salvador, visitando meu “irmão” Sérgio, Fernanda e as meninas, meio que pra passar a Páscoa meio que pra fugir das águas de março no Rio, e aconteceu um fenômeno que me fez ficar “viajando” naquele momento e analisando por que gosto tanto da Bahia, e principalmente por que gosto tanto de estar em Salvador.
É uma cidade que me atrai em todos os sentidos imagináveis. Tem um ar que emana ritmo, cultura, com longas praias com coqueiros e uma outra maravilhosa “fechada”, bem pequena, logo após a entrada da baía – Porto da Barra – pela qual sou completamente apaixonado, que tem todo o seu charme, com uma murada antiga, degraus largos e lentos, dois fortes demarcando o início e o fim da praia, pessoas caminhando pelo passeio e admirando as banhistas, parando prum acarajé ou simplesmente - se é que podemos chamar de simplesmente - admirando “O” pôr-do-sol que se recolhe ali sobre a ilha de Itaparica com todas as cores e tons de púrpura e laranja, tons esses que normalmente só encontramos em revistas de moda ou decoração... e tudo isso me traz lá do meu mais remoto banco de memória, recordações de parte de minha infância passada em São Pedro d´Aldeia, de frente pra uma lagoa tão salgada como bacalhau seco e como quase todos os lugares onde passamos a infância, ou parte dela, também tinha um pôr-do-sol todo próprio que sumia dentro das águas da lagoa, deixando somente o céu em tons de turquesa ou as nuvens multicoloridas... e onde pela primeira vez na minha vida consegui escutar claramente o ruído das chamas do sol em seu primeiro contato com a água do mar, se resfriando até apagar... shhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhiiiiiiiiiiii...
A Bahia, mas principalmente Salvador, e mais exatamente o Porto da Barra, exerce um efeito quase mágico em mim, a mistura de todas as cores, de todos os ritmos, dos gringos tentando entender o que não está ali pra ser entendido, mas para ser sentido, dos turistas brasileiros do sul invejando a facilidade comunicativa, a interação social, os negros com sua batida, seu ritmo de vida, sua ginga, os brancos tentando aprender o que é essa malemolência cultural que só o bahiano tem. Toda a Bahia tem esse ar, é um estado que poderia ser um país totalmente independente e viver bem de sua natureza... o mar, a montanha, as praias, as ilhas, enseadas. Na cidade, a história, as igrejas, o ambiente que te remete a tempos passados. Nas ruas as pessoas com um ar sorridente, leve, preocupadamente despreocupados, meio num-to-nem-aí-estando.
Esse momento, sentado aqui no condomínio de casas onde mora o Sérgio, entre as dunas de Stella, com o céu do mar no horizonte, a brisa leve batendo acalmando o sol e observando essas milhares de pequenas borboletas amarelas, se esforçando todas e-xa-ta-men-te na mesma direção, e para todos os lados que olho elas ocupam o céu, tento entender de onde vieram, pra onde vão e porque esse vôo, porque todas, porque naquela direção e me pego pensando a mesma coisa de nós.... e a única coisa que concluo é que se continuarmos “voando” na mesma direção, com firmeza, segurança e confiança, sentindo, mesmo sem saber o porquê, que estamos fazendo a coisa certa e no caminho certo, quando chegarmos lá, saberemos o porquê
terça-feira, 5 de maio de 2009
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2 comentários:
Acho perigoso não saber pra onde se vai... o importante é ir? Pra onde?
... e eu me achava o último dos úlimos a ser apaixonado por Salvador, me enganei, e feio rsrsrs... tô vendo que vc tbm é um apaixonado por esta cidade maravilhosa: terra de todos os encantos e de todos amores, ah! costumo dizer : quem não gostar desta cidade tem que morrer.Rsrsrs...
Afinal Salvador-Ba é tudo e muito mais de BOM.
Grande abraço em seu coração e um abração em sua alma.
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